Um caso interessante, este o dos
Thirteen:13. Chegaram a andar ao colo da imprensa musical inglesa, como acontece agora com os Klaxons , e por falar neles, preparem-se tripeiros, que ouvi dizer, que os moços vêm cá. Mas ao contrário destes últimos, apóstolos da new rave, ou da velha pop, os Thirteen:13 , assistiram ao seu processo de ascensão e queda, ainda antes da edição do seu primeiro disco. Assinaram pela Polydor , que lhes editou quatro singles entre Outubro de 2000 e Outubro de 2001. Como nenhum deles furou o implacável UK top 40, a editora tirou-lhes o tapete, e nem pelo facto do álbum estar já gravado, se decidiram por uma edição, ainda que votada a pouco sucesso comercial. Na altura, os tubarões das editoras deviam poder dar-se a este luxo, só para não comprometerem o catalogo da casa.
Ora, o que uma editora não fez, tomaram os fãs em mãos e vai daí foi lançado este fansite, que disponibiliza, o então relegado para a gaveta "Deny Everything". Com um titulo destes, estou certo, que o departamento de marketing da Polydor , teria conseguido convencer alguns milhares de jovens existencialistas a abrir os cordões à bolsa, mas assim não o preferiram e acabaram por ditar o desmembramento da banda.
Quanto à música deste "não álbum ", não é nada de extremamente impressionante, mas há momentos bons, que mostravam o que poderia ser o futuro promissor dos compositores da banda, Wayne Murray e Toby Macfairlane . Dois artistas que continuam no activo, e ainda bem, pois a música que nos chega dos seus projectos é de muita qualidade. O primeiro, actua agora sob a forma de
"Boy Cried Wolf ", movendo-se num indie rock, ancorado na country .
O segundo, além de tocar baixo para o senhor Grahan Coxon , cria música pelo gozo da coisa, sob o seu alter ego, Reunion Square , e se forem ao seu site ouvir a faixa nº2 Helsinki , vão encontrar um compositor de primeira linha, capaz de ombrear com qualquer cantautor de referência. Esta faixa é mesmo arrepiante e vale mesmo a visita.Um caso como estes serve com certeza como incentivo às bandas, que não encontraram a aceitação das editoras. Hoje em dia há cada vez mais meios de divulgação independentes, e
se houver muita qualidade, a música acaba eventualmente por chegar aos nossos ouvidos.
Os
Manic Street Preachers, estão de volta ao activo, algo que nos últimos anos, tem significado um percurso marcado pela redefinição do seu som e da sua maneira de estar. Bandas como esta, que se pautaram no inicio, pela defesa aguerrida de valores e ideais muito fortes, podem mais tarde deixar nos seus fãs, um sabor a desapontamento.
A lírica corrosiva, nunca mais foi a mesma, depois do desaparecimento do guitarrista Richey James , e com esta nova entrega, os Manic , mais não parecem querer dizer, que "ainda estão aqui". No entanto, a sua música começa a fazer cada vez menos sentido.
Ouvi o álbum transversalmente, e é o primeiro trabalho deles, que me deixa algumas dúvidas, quanto à compra do original, mas como fã que se preze, vou eventualmente, acabar por comprar, nem que seja pelo valor documental.
O single " Your Love Alone Is Not Enough " cantado em dueto, com a vocalista sueca dos Cardigans , soa a algo muito simplório e previsível , é mesmo o momento, mais desagradável para mim do disco. A honra do convento, salva-se quanto a mim, pela insistência do produtor de sempre, Dave Eringa ", que traz a espaços ecos de um "The Holy Bible ", caso do tema The Second Great Depression ", adocicado para ouvidos mais conservadores, mas que ainda assim dá a este trabalho, a qualidade mínima para um álbum dos Manics .
Se eu fosse o professor Marcelo, diria que passavam, mas com um suficiente menos. Vamos ver o que o futuro nos reserva.